Eu deveria estar assustada ou procurando alguma coisa para ameaçar o intruso, mas não estou assim, digamos que estou mais surpresa (muito surpresa).

-O que está fazendo aqui? –Pergunto com um pouco de medo da sua resposta.

Ele também parecia surpreso, como se a casa fosse dele, e eu que sou a intrusa.

-Ia perguntar a mesmo, sua mãe me falou que você ia dormir na casa de uma amiga.

A única coisa boa da minha mãe é que ela não é do tipo que faz um interrogatório quando chego tarde em casa, e quando alguém pergunta por mim sua desculpa é sempre a mesma, que vou dormir na casa de uma amiga.

-Na verdade eu ia. –Minto.

Ele se aproxima,coro, não acredito que ele esta só de toalha.

-Estamos sozinhos aqui. –Diz dando mais um passo e me analisando, como se eu fosse... Uma revista da playboy?

Tremo, não acredito que ele esta dando em cima de mim. Aproveitando-se que estamos aqui agora a sós (e ele só de toalha. _.). Leo bem que você podia aparecer também do nada e me salvar.

-È melhor eu ir para o quarto, colocar alguma roupa. -Ele agora olha para o quarto de visitas que está atrás de mim.

-Ia ser estranho se sua mãe aparece se agora, ela poderia pensar coisas erradas. – um pequeno sorriso aparece em seus lábios.

Fico parada, imóvel, claro, entendi como sempre tudo errado, como eu posso pensar que o amigo de Leo, o menino mais bonito logo depois dele, está interessado em mim?Enfim respiro. Ele continua parado me olhando. Seu cabelo azul ainda está molhado, ele deve ter saído do banho quase agora, explicado por que está de toalha no corredor. Ele encosta-se na parede.

-Haa, desculpa. – Coro mais uma vez, e saio da frente do quarto.

Ele passa por mim e da um sorriso, um sorriso perfeito, e entra no quarto, fechando a porta. Sento no chão e tento entender como uma pessoa pode ser tão bonita, nossos olhos se encontrando, um bem perto do outro, isso mexeu comigo, dou um tapa na minha cabeça, isso não pode estar acontecendo, bem agora que tudo esta indo bem, que estou namorando o cara que eu amo, não posso gostar de outro, do melhor amigo dele (para ser exata). Vou para o meu quarto e desabo na minha cama, eu estou mesmo em casa, não estou?

   .Enfim sábado, me levanto depois de uma noite mal dormida e vou em direção ao banheiro,tenho muita coisa que para perguntar para a minha mãe.Será que o Gregory ainda está aqui? No final não sei o que diabos ele está fazendo na minha casa, e pra falar a verdade, não pensei muito sobre isso, e sim sobre como eu sou uma retardada.

-Eu não estou gostando dele. –Digo me olhando, tentando rir da absurda idéia.

-Eu estou apaixonada, e sou a menina mais sortuda do mundo por ter o Leo comigo. –Falo para mim mesma me aproximando ainda mais do espelho e conferindo as minhas enormes olheiras.

Tomo um demorado banho, e já na frente da porta do meu quarto respiro várias vezes, não quero encontrar esse cara de novo.

Abro a porta bemm devagar e coloco só a minha cabeça para fora, nenhum sinal dele, comemoro com uma dançinha ridícula, e desço tranqüila pra tomar meu café da manh... E lá está Gregory, na mesa com minha mãe e o noivo dela. Olhando de longe e não dando para entender o que conversam, ate que parece uma família, desisto do café, e subo com cuidado a escada para voltar ao meu quarto.

E como sempre consigo subir as escadas e chegar ao meu quarto sem ser percebida (MENTIRA), estou agora esticada na escada, acabei tropeçando e bati a minha cabeça com tudo em um degrau (bem que eu poderia ter desmaiado, será se da tempo de cair de novo?)

Escuto o grito da minha mãe, logo depois estou nos braços de Gregory (exatamente 5 segundos depois da queda ‘-‘).Minha mãe não para de gritar,o que faz a minha cabeça doer mais ainda.

-Você esta bem? –Gregory diz colocando uma das suas mãos onde eu estou com um galo triplo.

-Haaaaaiiiiiii, a minha filha vai morrer, eu não vou ter netos. –minha mãe berra, correndo em círculos pela sala, parecendo estar encenando uma cena para o final de uma novela mexicana.

-Calma, ela esta bem, só foi um susto. -Disse o noivo que é o único sentando a mesa, Tentando se concentrar para tentar acabar com o seu prato de miojo.

 As pessoas pareciam estar mais preocupadas com o estado psicológico da minha mãe do que comigo, ela finalmente para de correr e gritar.

-Gregory meu filho leve a ate o quarto, eu vou ligar para os médicos. -Disse,já com o telefone na mão.

-Eu estou bem. -Digo levantando uma das mãos para dar sinal de vida.

Todos me ignoram, minha mãe grita com a pessoa do telefone, dizendo que tem uma emergência, um caso de quase morte e que se o medico demorasse a chegar ela iria processar o hospital. Gregory me leva para o meu quarto, me colocando com cuidado na cama. Ele parecia estar também muito preocupado, seus olhos não fecharam um minuto à espera que eu diga alguma coisa (ou tentar explicar como conseguir cair de cara em um degrau.)

Tento falar, mas ele me interrompe colocando seu dedo nos meus lábios.

-Vou cuidar de você. -Ele disse com o mesmo sorriso de ontem.

Pra falar a verdade eu não estou muito normal mesmo, minhas mãos não param de suar e meu corpo esta todo tenso, não consigo tirar os olhos dele (devo ter batido a cabeça muito forte).

Eu queria dizer a ele, que não era para deixar minha mãe chegar perto de mim e nem o médico que ela chamou, por que ai sim eu estou morta. Meu telefone toca, ele acompanha meu olhar para a cômoda e o pega.

-È o Leo, que que eu atenda? –Pergunta sentando na cama.

Faço que sim com a cabeça, não sei o que dizer para ele, estou com um pouco de medo com essa confusão toda sobre os meus sentimentos (entre ele e seu melhor amigo).

-Leo.

-...

-è o Gregory.

-...

-Eu me mudei para cá, eu e o meu pai.

 O que? O Gregory é filho do noivo da minha mãe? As palavras de Gregory mesmo estando tão perto de mim foram perdendo o sentido, eu estou em estado de choque. Isso é uma coisa geneticamente impossivel, não é?

Continua (;